A reportagem do Tribuna de Itapira foi procurada por um grupo de moradores da Rua José Arthur Miranda, no Nosso Teto. A situação que vem sendo enfrentada por todos, assim como relatado, é de grande incômodo: esgoto sendo despejado diretamente no córrego que corta o bairro.

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Dentre as tubulações em que os queixosos identificaram como sendo a responsável por enviar os dejetos e água mau cheirosa para o córrego, está uma que fica bem defronte ao entroncamento com a Rua Otávio Monezzi e a José Hélio Alberti. Os moradores foram ouvidos pelo Tribuna, que se deslocou até o local.

José Roberto, 65, é morador da região há 34 anos. Ele chegou a gravar alguns vídeos, os quais o Tribuna teve acesso, do momento exato em que o esgoto era jogado nas águas do córrego. “Eu cheguei a reclamar no SAAE. Eles vem, mechem na tubulação, mas após alguns dias a situação volta a ocorrer. É um fedor sem condição. Como que você almoça e janta em casa, recebe visita?”, disse.

Rosana Aparecida Cardoso da Cunha, 57, que também mora na José Arthur Miranda há mais de três décadas, destacou a frequência com que isso ocorre. “Ultimamente vem ocorrendo muito isso. É problema na rede de esgoto e, mesmo vindo e fazendo manutenção, o problema não tem solução. O cheiro é horrível, não dá pra ficar fora de casa”, comentou.

Eva Aparecida Vieira Ortolan, 54, considerou a situação como um descaso. “Uma situação complicada. Pagamos todos os impostos e está faltando esse retorno na qualidade dos serviços prestados. A sujeira só acumula e o cheiro piora”.

Marta dos Santos Moreira, 70, ainda destacou a situação dos animais. “Aqui sempre era muito vivo, com bichos, principalmente os pássaros. Agora, com essa água suja e sujeira, nem a garça aparece mais”.

Mato

Outra situação do córrego que os moradores fizeram questão de falar é a quantidade de mato. Isso é um fato que há muito tempo se é cobrado. Uma grande quantidade de mato cobre, quase que de ponta a ponta, o percurso de água a céu aberto que corta o Nosso Teto e Assad Alcici. A questão é que com o “matagal” a água do córrego tende a percorrer o trecho de forma mais lenta, fazendo com que a sujeira e o esgoto, que vira e mexe é jogado, vão permanecendo na região.

SAAE

O Tribuna entrou em contato com o SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) e detalhou a reclamação dos moradores. A autarquia respondeu que tem conhecimento da situação e que projetos estão sendo desenvolvidos para solucionar o problema, que acaba sendo causado pela necessidade de um aprimoramento da rede coletora e também pelo acumulo de lixo jogado de maneira irregular.

“O SAAE tem conhecimento desse problema, que é recorrente há vários anos. As redes coletoras de esgotos existentes nas ruas José Hélio Alberti e José Arthur Miranda (diâmetros 200 mm), que captam o efluente desse ponto direcionando até a elevatória existente no bairro Assad Alcici, além do fato de serem muito antigas, de manilhas cerâmicas e terem pouca declividade, deparamos nas limpezas periódicas realizadas com a retirada de muitos materiais, tais como sacolas plásticas, garrafas, tecidos, etc., que podem estar obstruindo a tubulação e causando o extravasamento para o córrego. O Setor de Engenharia da Autarquia vem desenvolvendo vários projetos, não só para resolver o problema nesse local, como também para adequar a rede coletora de esgotos de outros bairros”.

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