Um assunto que desde o primeiro trimestre do ano vem sendo comentado “à boca pequena” na cidade, e que diz respeito a tratativas que a Fábrica de Papel e Papelão Nossa Senhora da Penha S/A estaria mantendo com gigantes do setor de papel e papelão para se desfazer de seus ativos, foi tornado público recentemente.

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O jornal Valor Econômico(V.E), o mais importante informativo brasileiro do segmento de economia e negócio, noticiou o fato em sua edição do dia 12 de junho último. Na referida edição, o diário trouxe matéria com o título “Grupos de papel e celulose avaliam ativos de embalagens de médio porte do Brasil”, onde faz uma análise da movimentação em torno de duas empresas, especificamente: a nossa Penha S/A e a paranaense Trombini Embalagens.

O Valor Econômico (V.E) dá destaque à presença da empresa itapirense nos Estados da Bahia, Paraná e Minas Gerais (na vizinha Jacutinga). Destaca ainda o fato da Penha ser “relevante fornecedora de embalagens para a indústria farmacêutica” além de possuir “destacada participação” nos segmentos de alimentação, higiene e limpeza. Os grupos interessados, conforme aquilo que foi informado pelo V.E, seriam o  Smurfit Kappa Group (SKG), da Irlanda, a West Rock (EUA), a chilena CMPC e a brasileira Irani, empresa do grupo empresarial gaúcho Habitasul.

Ainda de acordo com a reportagem, as negociações não avançaram até o presente momento, esbarrando, segundo o periódico, nos valores envolvidos.  O jornal fala que o grupo acionista que controla a Penha pede R$ 2 bilhões para se desfazer de suas operações, enquanto que a maior proposta feita teria chegado a metade desse valor. A SKG teria sido – ainda conforme menciona o Valor – aquela que mais se aproximou de um acordo, mas as tratativas teriam esbarrado na disposição da empresa irlandesa em adquirir apenas parte dos ativos, enquanto que os acionistas da Penha fincam pé na venda total.

Discrição

Desde o primeiro o final do trimestre deste ano o TRIBUNA DE ITAPIRA vem acompanhando à distância informações “vazadas” dentro da própria empresa a respeito destas negociações. Como de hábito, a direção da Penha tem agido com a máxima discrição. Um colaborador da empresa, com mais de uma década de casa, informou que o assunto foi levado aos trabalhadores por meio de encontros setorizados. “A empresa tomou o cuidado de comunicar que estavam ocorrendo estas negociações”, afirmou. Questionado se essa informação trouxe a ele em particular, algum tipo de preocupação, o referido colaborador mencionou que “não adiante antecipar um problema que na prática ainda nem existe” e que confia na solidez do grupo.

Fundada no início da década de 1960, a Penha sempre foi listada entre as maiores empresas de Itapira. Atualmente, é a segunda maior empregadora, atrás somente do Laboratório Cristália e figura também entre os três principais geradores de ICMS (o imposto sobre circulação de  mercadorias e serviços) no município. Somente em Itapira a empresa emprega cerca de 900 colaboradores diretos. Em todo o grupo, esse número se aproxima, conforme apurou o TRIBUNA, de 4.000 colaboradores. A direção da Penha, procurada pela reportagem preferiu não comentar o assunto neste momento, obedecendo a uma orientação de seu próprio Conselho de Administração.

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