O assunto “reforma do Mercado Municipal” continua repercutindo na cidade. Depois que o Tribuna noticiou em sua edição de quinta-feira, dia 4, a disposição da prefeitura em, finalmente, realizar uma reforma no antigo prédio localizado na região central da cidade, o assunto se amplificou, motivando manifestações pontuais dos atuais permissionários.
A reportagem conversou com alguns deles, os quais, preferiram o anonimato. Em linhas gerais, a maior parte cobra uma maior transparência das autoridades municipais e afirma estar em sintonia com a necessidade (e exigência apresentada pelo Ministério Público (MP) de regulamentar a questão do uso do espaço por meio de um processo licitatório.
“Gostaríamos de saber que tipo de projeto a prefeitura elaborou. A atual administração diz que ainda não tem isso pronto, mas circulam rumores de que detalhes de uma futura intervenção já tenha sido vazado”, disse um comerciante estabelecido no local há 18 anos. Ele conta que participou dos dois encontros promovidos pela prefeitura, um em 27 de julho e um outro, mais recente, no dia 3 de agosto.
Ainda segundo esse interlocutor, a proposta de fixar prazo de seis meses para que todos os atuais permissionários deixem o local não atende a necessidade da maioria. Ele cobra um prazo mais dilatado. Mencionou que durante os encontros realizados na sala de reuniões contígua ao gabinete do prefeito Toninho Bellini, foram feitas ponderações como por exemplo, a resistência da prefeitura disponibilizar um local que abrigue aos permissionários até que a situação esteja resolvida de forma definitiva. Pedido esse que segundo o lojista, foi refutado pela prefeitura.
“A administração, com todo acerto que essa medida traz em sua execução, banca uma série de incentivos para atrair, ou assegurar a permanência de diversas empresas na cidade. Será que seria tão problemático assim contribuir com o funcionamento dos permissionários por um período adequado até que todo esse processo esteja concluído”, questionou.
Abaixo Assinado
Alguns dos lojistas resolveram também colocar à disposição dos clientes do “Mercadão” um abaixo-assinado pedindo uma manifestação de apoio às pretensões dos permissionários. “Sabemos que do ponto de vista prático pode não representar nenhuma serventia, mas é uma forma de mostrarmos para a comunidade que estamos com nosso ganha pão ameaçado”, comentou um dos organizadores.
Uma permissionária cuja família administra alguns boxes há décadas, disse que ninguém é contra a regulamentação e defendeu a realização do processo de licitação exigido pelo Ministério Público. Assim como outros permissionários ouvidos, a comerciante defendeu que a concorrência pública seja feita antes da reforma. No seu entendimento, quem já é estabelecido tem todo interesse em atuar dentro de um ambiente de legalidade.
“A bem da verdade, os atuais permissionários têm sido os responsáveis por ainda existir uma certa movimentação no mercado. A maioria possui uma longa história aqui dentro e não são poucos aqueles cuja subsistência depende das atividades exercidas aqui no local. Queremos continuar atuando, respeitando aquilo que é definido pela legislação e defendemos também a reforma do prédio e até mesmo seu tombamento. Trata-se de um dos últimos prédios antigos ainda em pé aqui na região central”, pontuou.
Empregos
O assunto também traz intranquilidade para quem trabalha no local. Uma colaboradora que atua há 5 anos em uma loja de calçados, disse que tem acompanhado de perto os desdobramentos. “A gente fica insegura. Não em como não ficar. De repente a gente sai e pode não voltar mais”, comentou. A estimativa é de que os cerca de 20 permissionários garantam emprego de pelo menos 15 pessoas.
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