O “comando” do Legislativo itapirense será decidido no dia 1º de janeiro, após sessão de posse dos vereadores eleitos, durante a primeira sessão extraordinária do ano. Todos estarão de olho nas quatro vagas da Mesa Diretora da Casa, em especial, a da Presidência. Conforme apurou o Tribuna, as cadeiras estarão sendo disputadas por três frentes políticas.
Cabe ressaltar que do atual grupo de vereadores, oito irão continuar pelos próximos quatro anos, enquanto que cinco serão “caras novas”, sendo que destes, dois serão estreantes. O Legislativo passará a contar, portanto, com 13 vereadores a partir de 2025, três a mais que a legislatura que se encerra.
A Mesa Diretora da Câmara esteve “nas mãos” do grupo situacionista pelos últimos quatro anos – vereadores que formam a base do Prefeito Toninho Bellini no Legislativo. No Biênio 2021/2022 a composição contou com Beth Manoel Presidenta, Mino Nicolai Vice-presidente, Maísa Fernandes 1ª Secretária e André Siqueira 2º Secretário. Já no biênio 2023/2024 o Presidente foi Mino Nicolai, Luan Rostirolla 1º secretário, Beth Manoel 2ª secretária e Maísa Fernandes Vice-presidenta.
Porém, o cenário da Câmara deverá ser muito diferente pelos próximos quatro anos, já que a maioria eleita não dá suporte ao Prefeito Toninho Bellini e compõem o grupo de oposição, ligado a Djalma Oliveira, candidato a Prefeito na última eleição. No “placar”, cinco vereadores são da situação, sete são oposição e Leandro Sartori (PSOL) é o representante único da terceira frente.
Comando
Apesar de um grupo ter a maioria da Casa e, portanto, conseguir ter o controle do que será aprovado ou não na Câmara, estar ocupando a presidência do Legislativo é de grande relevância, já que o “cargo” dita o ritmo do andamento das pautas, além do Presidente ter oportunidades de falas privilegiadas durante as sessões para expressar suas opiniões.
O grupo da oposição será formado pelos vereadores Carlos Alberto Sartori (PSDB), Carlos Donisete Briza (PP), Edison Aparecido Cardoso (PP), Marisol de Fátima Garcia Raposo (REP), Maurício Cassimiro de Lima (PL), Rogério Aparecido Codogno (REP) e Tiago Fontolan Batista (PL).
Maurício Cassimiro de Lima foi o vereador mais votado do grupo oposicionista com 1.049 votos. Em conversa com o Tribuna, Lima destacou que a presidência da Câmara deve ficar com a oposição para se cumprir o “desejo da população”. “É muito importante que façamos a presidência da Câmara. A população fez uma votação criteriosa, deu a eleição ao Bellini mas, de certa forma, colocou um freio, dando o maior número de vereadores da oposição, então simbolicamente fazer a Mesa seria respeitar o que a população deseja. Que a oposição tenha um chefe do Legislativo, mas tudo com bom senso, observo a necessidade de uma política construtiva”.
Lima também frisou que o “grupo político está coeso, temos conversado muito sobre a eleição, teremos uma definição fechada em grupo e como estratégia política devemos manter o silencio e se possível queremos ocupar todas as cadeiras da Mesa Diretora”.
Os posicionamentos do vereador corroboram com as afirmações do Deputado Estadual Barros Munhoz, que entrou em contato com o Tribuna e frisou que está “satisfeito” pela autonomia do grupo de vereadores eleitos, fator que permite que o parlamentar sustente sua decisão – de uma menor participação na política municipal, para manter “toda a dedicação no governo estadual, assim como vem sendo solicitado pelo Governador Tarcísio, e conseguindo assim grandes conquistas para Itapira e região”.
Lima concluiu dizendo que seu desejo é apenas “ficar nas comissões, onde passam os projetos de lei, para ajudar na construção de melhores projetos que coloquem Itapira para frente”.
Expectativa
Se o grupo oposicionista está fechado e tem a maioria dos votos, os situacionistas estão na expectativa de tentar, pelo menos, ocupar uma cadeira na Mesa Diretora.
Segundo o líder do Prefeito na Câmara, vereador Fábio Galvão dos Santos, tanto ele como o vereador André Siqueira tem a “intenção” para o cargo de Presidente do Legislativo, mas indicou saber da limitação de seu grupo político na Casa.
“Iremos tentar algumas cadeiras sim, mas temos ciência da nossa limitação, tendo em vista a oposição possuir a maioria, mas iremos tentar mesmo assim”, disse Galvão ao Tribuna.
O grupo da situação será formado pelos vereadores André Luís Siqueira (MDB), Elisabeth Donisete Manoel (MDB), Fábio Galvão dos Santos (PSD), Luan dos Santos Rostirolla (PSD) e Luís Hermínio Nicolai (MDB).
Caminhando junto nessa expectativa de integrar a Mesa Diretora está o vereador Leandro Sartori, que também falou ao Tribuna. Ele afirmou que sua intenção de ser Presidente da Casa continua e o fato de o mesmo se colocar em um meio termo entre os grupos de situação e oposição é um “trunfo”.
“Esse é o nosso maior trunfo. Para os vereadores eleitos, garantimos a aplicação integral do regimento interno, sem favorecimentos de nenhum grupo ou quaisquer manobras. Para a população, buscaremos uma Câmara mais aberta, que vá ao encontro dos interesses do povo, com mais escuta dos seus problemas e leis que busquem a resolução”.
Cabe destacar que Sartori foi o vereador mais votado na eleição, com 1.697 votos e, por isso, irá comandar a primeira sessão. Questionado se pelo fato de ser o mais votado poderia surgir como um nome forte para a presidência, Sartori disse que “acho que por ser o único vereador que não integra o grupo bellinista nem o munhozista deva pesar mais pela nossa imparcialidade e compromisso com o regimento e a população”.
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