Apresentado oficialmente na noite de terça-feira, 19, em cerimônia no Salão do Júri do Fórum da Comarca, o Serviço de Acolhimento Familiar ‘EntreLaços’ já iniciou o processo de cadastramento de interessados em acolher crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. O programa, também chamado de Família Acolhedora, manterá inscrições de voluntários constantemente.
Além de autoridades municipais que representaram o poder público itapirense, também participaram da solenidade a juíza da 2ª Vara da Comarca e diretora do Fórum, Hélia Regina Pichotano, o promotor da 1ª Promotoria, Márcio Clóvis Bosio Guimarães, e a promotora da Vara da Infância e Juventude de Campinas, Andreia Santos Souza, uma das consultoras voluntárias que atuaram para a implantação do serviço em Itapira.
O ‘EntreLaços’ representa uma proposta diferenciada para atender crianças e adolescentes que foram afastadas do convívio familiar por medida de proteção, abandono ou porque a família de origem se encontra temporariamente impossibilitada de cumprir as funções de cuidado e proteção. “É um serviço de extrema importância para as crianças de nossa cidade. Gostaríamos que não fosse necessário, mas sabemos que há muitas crianças que hoje precisam ser acolhidas e apesar do excelente serviço prestado pela Casa Transitória, precisávamos desse novo tipo de atendimento no município. Estamos preparados para esse serviço e contamos com o apoio da nossa população para o sucesso dessa nova política pública”, disse.
Também mestre em Filosofia pela PUC-Campinas e mestre em Estudos Avançados de Direito da Criança pela Faculdade de Direito da Universidade de Friburgo, na Suíça, a promotora Andreia salientou a importância de iniciativas desse gênero e lembrou que é mais um passo de uma caminhada constante. “Como promotora, posso falar da diferença da criança acolhida em família e da acolhida em instituição. E o segredo é a capacitação da família acolhedora. Chegamos aqui, mas tem sempre um próximo passo”, colocou.
O ‘EntreLaços’ tem caráter provisório e excepcional, com principal foco na reintegração com a família de origem ou família extensa e, em último caso, encaminhamento para adoção. O serviço é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Promoção Social, sob supervisão do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). A proposta é possibilitar que crianças ou adolescentes em situação de abandono ou violação de direitos sejam encaminhados para uma família previamente cadastrada, que incluirá os assistidos no núcleo e rotina familiar oferecendo afeto e cuidado. O programa não substitui o serviço realizado pela Casa Transitória ‘Flávio Zacchi’. A ideia é que a atuação ocorra de forma complementar.
INSCRIÇÕES
A inscrição de interessados é constante e pode ser efetivada por qualquer pessoa com mais de 21 anos, residente em Itapira há mais de dois anos, sem antecedentes criminais, com qualquer estado civil, que não esteja em lista de adoção e disponibilidade para oferecer carinho, amor e atenção. Os candidatos à Família Acolhedora serão submetidos a uma avaliação da equipe técnica, além de passarem por capacitações e acompanhamento técnico durante o período de acolhimento. O primeiro passo é preencher o pré-cadastro disponível no endereço www.itapira.sp.gov.br/pagina/entrelacos-servico-de-acolhimento-familiar-para-criancas-e-adolescentes/142.
Dúvidas sobre o procedimento podem ser sanadas junto ao Creas, à rua Dorotéia de Freitas, 33, no bairro Pé no Chão. Conforme destacou a secretária municipal de Promoção Social, Regina Ramil Marella, a meta é aproveitar a reta final de 2020 para atrair o maior número possível de famílias acolhedoras, para que o processo de capacitação comece o mais breve possível e o programa seja colocado em prática no início de 2022. “É muito importante que aqueles que se interessarem, se manifestem o quanto antes para que possamos iniciar o mais cedo possível a próxima etapa, que é a capacitação dessas famílias. Para que elas possam acolher essas crianças e jovens da melhor forma possível”, afirmou.
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