Tomando por base projeção feita pelo Cartório Eleitoral de Itapira, o município deverá ter na eleição de 6 de outubro deste ano, um número menor de eleitores em comparação com os dois últimos pleitos.  Encerrados os trabalhos de novos alistamentos e transferência, encerrados no dia 8 deste mês, as projeções indicam até o presente momento 53.894 eleitores cadastrados no município.

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Esse número é 6,25% menor do que os 57.489 oficialmente contabilizados nas eleições de 2022 – uma diferença de 3.595 eleitores, e menor também do que os 56.941 eleitores registrados nas eleições municipais de quatro anos atrás.

Segundo o chefe do Cartório Eleitoral, Marcello de Sá Barreto Torres, esse número é sujeito a variações, não sendo, portanto, o total oficial. “Ainda temos operações pendentes de processamento. Além disso, até julho, é possível que a situação de eleitores suspensos se torne regular, aumentando o número de eleitores aptos (a votar). Por outro lado, até a data da eleição é possível que registremos novas suspensões ou cancelamentos”, justificou.

O TRIBUNA DE ITAPIRA questionou a chefia do Cartório Eleitoral a respeito dos motivos deste fenômeno, da redução do número de eleitores na comparação de uma eleição com relação a outras realizadas anteriormente, algo aparentemente pouco comum.

Marcello considera que o fator determinante que acabou desencadeando um processo mais confiável de atualização cadastral de eleitores foi a introdução, a partir de 2019, do cadastramento biométrico. “Após o encerramento da revisão do eleitorado itapirense em 2019, com a obrigatoriedade da coleta biométrica, foram cancelados aproximadamente 12 mil títulos de eleitores que deixaram de comparecer ao cartório no prazo estabelecido (19/12/2019)”, ilustrou.

Pandemia

A intercorrência da pandemia no período 2020/2022, segundo ele, obrigou as autoridades da Justiça Eleitoral a manter as inscrições destes títulos a pretexto de não prejudicar os eleitores em situação regular que não puderam fazer o registro biométrico, para que pudessem votar na eleição de 2020. “A mesma situação se repetiu em 2022. Para essas eleições, na prática, a revisão biométrica obrigatória não afetou os números do eleitorado e isso fez com que o número de eleitores aumentasse”, deduziu.

Ainda de acordo com Marcello, depois das eleições de 2022, aqueles eleitores que ainda não haviam regularizado sua situação após o cancelamento ocorrido no final de 2019, retornaram à situação “cancelado”, permanecendo desta forma até o momento.

“Essa é a razão de o eleitorado das eleições de 2020 e de 2022 ser maior do que o atual: no momento de realização dessas eleições, eleitores já alistados em 2019 que não realizaram biometria foram excepcionalmente autorizados a votar, dada a situação de pandemia de dificultava a regularização cadastral”, concluiu. 

Os mais recentes esforços de atualização cadastral demonstram, segundo a chefia do Cartório Eleitoral, que dos cerca de 12 mil títulos cancelados após 2019, cerca de metade não compareceu ao cartório para regularizar sua situação, tendo seus títulos cancelados. Marcello avalia ainda que caso não haja alteração até outubro, essas serão as primeiras eleições em que, de fato, os efeitos da revisão biométrica de 2019 poderão ser observados, com uma redução do número de eleitores aptos a votar.

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