Na quarta-feira, 17, completaram-se 15 anos desde que a Casa da Criança “Dona Celencina Caldas Sarkis” implantou um projeto ambiental pioneiro, que era novidade também para a grande maioria das cidades, o recolhimento de óleo comestível usado. Formatado com ajuda da empresa Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos Ltda, o programa recebeu o sugestivo nome de “Crianças e Meio Ambiente, Responsabilidade da Gente”.
Daquele 17 de agosto de 2007 até hoje, é bastante superlativa a quantidade de óleo que já foi recolhido, assim como é incomensurável tanto o benefício que a medida trouxe (e ainda traz) para o meio ambiente da cidade, assim como para a manutenção da entidade que acolhe atualmente, em turno invertido ao horário de aula, 140 crianças e adolescentes provenientes de famílias de baixa renda.
Aura Pereira da Silva, administradora e entusiasta do programa, diz que no estágio atual o programa vem enfrentando um tipo de dificuldade que nos primórdios de sua implantação era difícil de se imaginar que pudesse ocorrer: a concorrência dos forasteiros que aqui vem recolher o produto.
Com o decorrer dos anos, a venda deste produto para empresas especializadas, atraiu a atenção de ambulantes, que passaram a enxergar uma forma de ter uma renda alternativa. O óleo usado tem se tornou importante matéria prima para transformação em biodiesel, resina para tintas, sabão, detergente, glicerina, produtos de agropecuária, matéria-prima para fabricação de outros produtos e até ração para animais.
O efeito prático da presença destes “concorrentes” aqui na cidade, segundo Aura, vem sendo a queda no total arrecadado a cada ano pela Casa da Criança. Ela mostra que em 2019, foram recolhidos 101 mil litros. O total caiu para 92 mil em 2020 e para 57 mil litros no ano passado. Só para se ter uma ideia do impacto causado por essa situação, basta lembrar que a venda do óleo responde por um terço das despesas da entidade.
A direção da Casa da Criança, presidida atualmente por Celene Sarkis Pegorari, que introduziu o programa em 2007, avalia formas de sensibilizar a comunidade a respeito da importância de se priorizar a entrega para a entidade. “Temos que bater continuamente nesta tecla, de que entregar o óleo para a Casa da Criança além de canalizar um recurso indispensável para sua manutenção, as pessoas têm a garantia de que contribuem também com um projeto de sustentabilidade executado com a maior responsabilidade”, diz Aura. A administradora faz questão de revelar que até mesmo as garrafas pets entregues na entidade com óleo, depois de esvaziadas têm como destinação final processo usinas de reciclagem.
Postos de Coleta
A entidade ainda conta com a colaboração de importantes estabelecimentos comerciais como supermercados e até mesmo algumas escolas que atuam como postos de coleta. Mas, durante esse período, alguns desses estabelecimentos decidiram terminar com a parceria, o que também ajuda a explicar a queda na arrecadação.
Ainda sim, existe segundo Aura, um trabalho permanente de prospecção de novos colaboradores, além é claro, da ajuda dada por um enorme contingente de apoiadores que sempre se fazem presentes nas iniciativas da Casa da Criança. Quem quiser ajudar, pode telefonar para o telefone (WhatsApp) 3863 0229.
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