O Projeto Muro-Retrato, idealizado pela ilustradora Mônica Machado e pelo fotógrafo e publicitário Luís Galaverna, presta homenagens de forma inovadora à cultura itapirense, por meio de personagens ligados à congada, e também aos profissionais da saúde que atuam na linha de frente no combate à pandemia da Covid-19.

some text


Viabilizado pela Lei Aldir Blanc, o trabalho contempla instalações artísticas de intervenção urbana com utilização de fotografias de pessoas do passado e presente. Os murais estão espalhados por cinco pontos do município: Edifício ‘Pastor João Orcini’, Hospital Municipal, Casa da Cultura ‘João Torrecillas Filho’, Palco ‘Maestro Lafayete Vieira’ e Museu de História Natural ‘Hortêncio Pereira da Silva Júnior’.

A aplicação das colagens ocorreu em três dias e mobilizou uma equipe formada por oito pessoas. Na quinta-feira, 21, a última parte do trabalho contemplou parede externa da Casa da Cultura. Com 11 metros de largura por 2m80 de altura, o mural representa o legado e tradição deixados pelas congadas, com homenagem a Nabor Honório, mais conhecido como Preto Nabor, nascido no século passado ainda na época da escravidão. Dos 90 anos vividos por ele, 70 foram dedicados à preservação da tradição, fé e cultura popular itapirense através da congada. ‘Poucas pessoas na atualidade conhecem toda essa trajetória ou até mesmo seu rosto’, descreve o texto referente ao projeto. As fotografias utilizadas pertencem ao acervo do Museu Histórico e Pedagógico ‘Comendador Virgolino de Oliveira’.

Na segunda-feira, 18, a instalação artística foi feita no Hospital Municipal. A arte de 6m90 por 3m70 apresenta três colaboradores da unidade de saúde, em imagem de autoria do repórter fotográfico Paulo Bellini. Outras três intervenções foram concluídas no domingo passado, dia 17. Uma parede do Edifício ‘Pastor João Orcini’ exibe uma colagem que retrata equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), com 7m60 de largura por 4m00 de altura, em foto de autoria de Bellini. “Usar imagens dos profissionais da saúde (Samu e HM), a princípio, não estavam nos nossos planos. Mas devido ao contexto da pandemia e vendo a luta deles, sentimos que tínhamos que agradecê-los de algum modo”, explicou Galaverna.

CONGADA MINEIRA

O Parque Juca Mulato abriga dois trabalhos, que trazem o casal que se destaca à frente da Congada Mineira de Itapira. No Museu de História Natural está a intervenção que retrata a senhora Maria Dorcides Franco, com uma colagem de 4m30 por 3m70. As fotos foram registradas por Galaverna. A arte no Palco ‘Maestro Lafayete Vieira’ traz o chefe da Congada Mineira, Arnaldo Franco, com intervenção de 2m50 de largura por 5m00 de altura. As imagens aplicadas foram cedidas pelo fotógrafo Tiago Rossi.

‘O projeto busca valorizar e revelar parte do nosso patrimônio, sua importância histórica e cultural para a cidade e seus cidadãos. Divulgar e refletir sobre o que faz parte da nossa identidade, suas características, costumes, seu comportamento, além de ser um registro fundamental para seus sucessores’, descreve o projeto. Galaverna lembrou que diversos momentos marcantes ocorreram durante o trabalho de aplicação das imagens.

“Acredito que nunca tenha sido feito um trabalho assim em Itapira. Quando estávamos aplicando as fotos no Edifício ‘João Orcini’, passou um rapaz do Samu que estava indo para o turno dele. Escorreu uma lágrima e ele disse: ‘nunca recebi um obrigado assim’. E a equipe toda se emocionou. Também vimos na Internet familiares dos homenageados tirando fotos nas instalações. E outro momento interessantes foi que levei o ‘seo’ Arnaldo para ver a sua própria instalação”, relatou.

Deixe seu comentário

Seu e-mail não será publicado.