Foram exatos 14 dias para os vereadores concluírem o “plano” elaborado para garantir o aumento de 88% nos próprios salários, que agora passam a valer quase R$ 10 mil. Durante a sessão de quinta-feira, 5, a nova remuneração foi aprovada e será válida a partir de 2025 e paga aos 13 vereadores que irão compor a próxima legislatura.
No dia 21 de novembro, os vereadores aprovaram, por unanimidade, o Projeto de Resolução que modificou o regimento interno do Legislativo e deixou a definição de reajuste salarial “nas mãos” dos próprios vereadores. Uma semana depois do fato, a proposta para o reajuste dos salários estava dando entrada na Câmara, sendo esta aprovada agora nessa semana.
A aprovação da alteração das remunerações, de R$ 5.264,05 para R$ 9.890,00, foi conquistada praticamente com os votos dos vereadores que formam a base do Prefeito Toninho Bellini e sem nenhuma novidade entre o posicionamento dos referidos edis, já que os votos permaneceram os mesmos da primeira tentativa de aprovação do aumento de salários efetuada em abril deste ano.
Votaram a favor os seguintes vereadores da bancada governista: André Siqueira (MDB); Beth Manoel (MDB); Luan Rostirolla (PSD); Fábio Galvão dos Santos (PSD). A vereadora Maísa Fernandes (PSD) não compareceu à sessão).
Suplente
Porém, a novidade durante a votação partiu da oposição. O vereador Carlinhos Sartori (PSDB) não compareceu por licença médica e foi substituído na sessão pelo seu suplente, Maurício Cassimiro de Lima (PL) – que por coincidência foi um dos vereadores eleitos na última eleição e estará presente na Câmara a partir de 2025. Lima também votou a favor do aumento de salário. Cabe destacar que na primeira tentativa de fazer vingar o aumento, em abril deste ano, o vereador Carlinhos Sartori não havia comparecido na sessão para votar.
Portanto, o placar ficou favorável ao aumento por 5 a 3. Os vereadores Leandro Sartori (PSOL), Carlos Briza (PP) César Silva (MB) votaram contra o projeto. O Presidente da Casa, Mino Nicolai (MDB), daria seu voto apenas em caso de empate, mesmo assim, se pronunciou apoiando a medida.
A proposta do aumento partiu da Mesa Diretora, representada pelos vereadores Mino Nicolai – Presidente, Luan Rostirolla – 1º Secretário, e Beth Manoel – 2ª Secretária. Mino Nicolai deu uma parecer após a votação do projeto, defendeu o resultado e se posicionou a respeito de críticas recebidas.
“Quero deixar bem claro aqui que eu e os companheiros que aqui estiveram votamos isso antes da eleição e havia uma brecha no regimento da casa por ser um projeto de lei”. “Aqui ninguém passou a rasteira em povo nenhum, agradeço aos vereadores que votaram e as más línguas não sabem o quão é dificil pra gente estar aqui na casa de leis”.
Na justificativa do aumento, estava descrito que “O aumento proposto é uma medida necessária para garantir a continuidade da boa gestão pública, a valorização dos vereadores como representantes da população, e a manutenção de condições adequadas para o exercício de suas funções”.
O custo, somente em salários dos 13 vereadores, chegará em 2025 a R$ 1.743.409,20. No ano de 2026 será de R$ 1.805.122,80 e nos anos de 2027 e 2028 o pagamento irá alcançar R$ 1.866.836,40. Portanto, na próxima Legislatura, os 13 vereadores irão custar aos cofres públicos, somente em salários, R$ 7.282.204,80.
Manifestação
Durante a aprovação do projeto, um dos populares que estava acompanhando a sessão colou na divisória que separa os vereadores do público uma sequência de folhas que formou a seguinte frase “P@u no cool dos prejudicados”.
A frase faz referência ao caso dos áudios vazados gravados pela vereadora Maísa. Em um deles, Mino Nicolai foi gravado falando, supostamente, sobre possibilidades caso os vereadores fossem reeleitos. Mino chegou a falar algumas frases de baixo calão, como o “pau no ** dos prejudicados”, sendo ela utilizada como protesto na Câmara.
Servidor
Na previsão e orçamento do município para o próximo ano, não é previsto ganho real ao funcionalismo público. Durante debate da audiência pública sobre o tema, o responsável técnico pela Secretaria da Fazendo informou que será em cima da inflação, em uma estimativa de 4,5%. Até o momento, em 2024, a taxa acumulada do IPCA é de 4,76%.
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