O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizou na última terça-feira, dia 20, a 2ª Reunião de Planejamento e Acompanhamento do Censo 2022 (REPAC), onde foram apresentados os dados preliminares referentes ao Censo Demográfico de 2022 em Itapira. A reportagem do Tribuna esteve presente na Câmara Municipal, local que sediou o encontro, e apurou que, nesse momento, os resultados da coleta de dados poderão dar um grande prejuízo estatístico ao município, devido a quantidade de recusas em responder o questionário somado as ausências de moradores durante as visitas dos recenseadores, que está muito alto.

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Segundo informado pela coordenadora de área do instituto, Cynthya Antinori Nóbrega, Itapira conta com 18% dos setores que estão com o recenseamento concluído e outros 42% em andamento. A preocupação em relação a coleta de dados do município é o grande número de ausências nas residências somado ao de recusa de moradores em responder o questionário, que chegam a 26% do total de endereços visitados.

“Esse é um número muito grande e pode acarretar um prejuízo estatístico muito alto para o município. A recusa sempre ocorre, mas insistimos para convencer a pessoa em responder. Nas residências em que não encontramos ninguém, retornamos por no mínimo quatro vezes para tentar achar o morador. As pessoas acabam associando o Censo ao governo, mas os dados são sigilosos e são utilizados apenas para o coletivo. Algumas pessoas também não querem atender pois ficam com medo de ser algum golpe. O prejuízo real mesmo referente a coleta de dados será verificado apenas no resultado final do Censo”, disse Cynthya.

A coleta de informações à respeito da população em relação à escolaridade, condições de moradia como acesso ao saneamento básico, condições econômicas, quantidade de idosos e crianças, por exemplo, ocorre apenas a cada década e é fundamental para a realização de políticas públicas que buscam atender a demanda de necessidades do município, além de campanhas de vacinação, como ocorreu em relação à Covid-19. Por Lei, é obrigatório responder o questionário.

DIFICULDADES

A coordenadora também destacou algumas dificuldades que o Censo está enfrentando no município, além das questões de segurança abordadas em reportagens anteriores do Tribuna, como assaltos que ocorreram no momento do recenseamento. Foram citados o baixo número de recenseadores no município, que hoje conta com cerca de 40, quando o ideal seria no mínimo 60. A dificuldade de locomoção, principalmente nos setores rurais de Itapira, também está sendo um empecilho na coleta de dados.

Esses questões levantaram argumentos de autoridades que estavam presentes na reunião, como do Vice-Prefeito Mário da Fonseca e do Secretário de Saúde Vladen Vieira. Fonseca se propôs a disponibilizar um veículo da Prefeitura para auxiliar na locomoção dos recenseadores. Já Vieira sugeriu, em relação à questão das recusas em responder o questionário, do auxílio de um Agente Comunitário de Saúde, profissional que trabalha em campo, assim como os recenseadores, e conhecem os moradores de Itapira em sua maioria.

PAGAMENTO

Em questionamento realizado pela reportagem a respeito da falta de pagamento dos recenseadores, um dos motivos que motivou uma greve geral no dia 1 de setembro, mas que Itapira não aderiu, a coordenadora do instituto disse que no início houve sim alguns atrasos, mas devido ao sistema que apresentou alguns problemas. “Está sendo realizado até o pagamento parcial (quando o setor de coleta de dados ainda não foi concluído por completo) e o auxílio locomoção. Fato é que levam cerca de cinco dias para que o setor seja checado e, às vezes, ocorrem alguns erros no recenseamento, sendo necessário a correção por parte do recenseador”. 



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