A Lei Municipal n° 6.242 que cria o programa de prevenção a criminalidade violenta, o “Guardiã da Cidadania”, foi aprovado pela Câmara Municipal e promulgado pelo prefeito Toninho Bellini no último dia 13. Tendo como principal objetivo o desenvolvimento de políticas e atividades voltadas às ações de segurança pública, especialmente com a Ronda Guardiã junto aos grupos vulneráveis de mulheres e idosos e o Ronda Escolar através do trabalho preventivo junto às crianças e adolescentes, o programa tem data prevista de lançamento no dia 26.
No entanto, em decorrência dos últimos acontecimentos trágicos nas escolas do Brasil, a Prefeitura – através da Secretaria de Educação e da Guarda Civil Municipal – já está trabalhando ativamente para intensificar a segurança das escolas da Rede Municipal através de ampliação nas rondas escolares e estudo do descritivo para abertura de licitação de componentes de aumento da barreira física das escolas. Além disso, todas as escolas municipais já possuem câmera de monitoramento interno e alarmes ligados à Central de Vigilância Municipal e ao Centro de Operações e Inteligência (COI) da GCM, com monitoramento 24 horas por dia.
INVESTIGAÇÃO
Os trabalhos da Ronda Escolar são realizados sob a responsabilidade da GCM e também da PM porém, a Polícia Civil e o SIG (Serviço de Investigações Gerais) estão atentos a qualquer situação de ameaça, verificando atentamente todos os Boletins de Ocorrência e monitorando as mensagens da internet, principalmente após ações que resultaram na prisão de ladrões e que foram identificados através das redes sociais.
“Estamos atentos a todos os boletins registrados para verificar possíveis ameaças ocorridas em sede escolar. Tivemos um caso desse tipo que inclusive já foi deferido medida protetiva. Desde nossa operação que utilizou das redes sociais, estamos atentos a tudo as mensagens de ameaça. Porém, na maioria das vezes, é importante haver os registro da ocorrência. Se alguém se sentir ameaçado ou mesmo denunciar algo de estranho que se possa ver nas redes sociais, possamos tomar outras medidas necessárias para a segurança de todos”, comentou a Chefe do SIG de Itapira, Lígia Petri.
CÂMARA
Na sessão da última quinta-feira, dia 6, vereadores, tanto da situação como oposição, propuseram enviar ao Executivo um projeto para colocação de botão do pânico nas escolas, detectores de metais, catracas e autorização para contratação de segurança especializada durante todo o tempo em que as escolas estiverem abertas.
MOTIVAÇÃO
Diante dos tristes acontecimento nas últimas semanas, que envolveram morte de professor e crianças de uma creche, o Tribuna de Itapira entrou em contato com a psicóloga Tatiana Zago Adorno de Oliveira, sobre as possíveis motivações que levam alguma pessoa a cometer crimes bárbaros. Ela ponderou duas percepções levando em considerações os crimes nas escolas de São Paulo e Blumenau.
“Tenho duas percepções das situações que ocorreram. Para as escolas que são invadidas por crianças ou adolescentes, eu acredito que isso tudo vem de sofrimentos, seja por bullying, por não ter uma escuta dos pais/familiares, desestrutura de relacionamentos interpessoais com família, amigos ou relacionamentos íntimos, o que acaba levando essa criança/adolescente a cometer algum ato de maneira que possa aliviar esses comportamentos e ser um grito de “estou aqui, preciso de ajuda”, voltando a atenção para ele”, explicou Tatiana.
“No caso envolvendo adulto, acredito que possa sim ter fatores de transtornos mentais, como psicopatia pelo ato frio, cruel e sádico de planejar a morte de crianças ou professores. Mas também acredito em históricos de traumas na vida dessa pessoa, como abusos, fatores sociais e interpessoais ao longo da construção da sua identidade, quando criança e adolescente. Por isso é necessário deixar claro a importância de apoio psicológico para pais e filhos que precisam desse cuidado em todo processo de desenvolvimento emocional das crianças”.
“Infelizmente está cada vez mais comum a violência nas escolas, seja por adolescentes ou adultos, infelizes e incapazes de pedir ajuda ou demonstrar frustrações de outra maneira sem ser ferindo aos outros, afinal, mesmo parecendo triste e cruel, sem pensar nas consequências, eles desejam ser escutados, ter voz”, concluiu.
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