Itapira está praticamente sem coleta de lixo mais uma vez. O Tribuna de Itapira esteve presente na Praça Bernardino de Campos na tarde dessa quarta-feira, 8, e ouviu diretamente dos trabalhadores que atuam na coleta de lixo – tanto aqueles do turno da manhã como da tarde: “só voltaremos após receber o pagamento”.
Toda essa situação está sendo causada por uma falta de pagamento por parte da Cleanmax (antiga empresa responsável pelo serviço em Itapira) referentes às rescisões contratuais dos colaboradores. Segundo apurado, pelo menos 13 estão em haver com os valores. “Nós não sabemos nem quanto temos que receber pois a empresa não apresentou nada”, disseram.
O Tribuna questionou como está a coleta de lixo nesta quarta. Em resposta, foi informado que na parte da manhã apenas um caminhão trabalhou na parte rural do município e, talvez, nessa parte da tarde, o lixo do Hospital seja recolhido. “O certo é ficarmos esperando até receber o pagamento. Temos nossas contas para pagar”, disseram.
Atualmente eles estão prestando serviços para a ESN, empresa recém contratada pela Prefeitura e que também teve seus trabalhos paralisados na última semana devido à falta de condições de trabalho.
Cabe ressaltar que essa movimentação dos colaboradores teve início pela manhã, momento em que todos foram na Prefeitura. Lá eles foram recebidos pelo Vice-Prefeito Mário da Fonseca que, segundo eles relataram, informou que todos os pagamento da Prefeitura para a Cleanmax estariam em ordem, se comprometendo ainda que os valores das rescisões seriam enviados até o final do dia. “O vice prefeito afirmou que o pagamento ia vir até hoje, então vamos esperar”, disse um dos colaboradores presentes.
Jurídico
O Tribuna de Itapira também conversou com o representante do setor jurídico do SIEMACO (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação e Trabalhadores na Limpeza Urbana e Áreas Verdes), que vem acompanhando, não apenas a questão da coleta de lixo, mas também a situação da varrição de rua.
De acordo com o advogado César Augusto Andrade, o Sindicato veio para intermediar a situação e garantir os direitos dos trabalhadores, ressaltando que, esse tipo de serviço não pode simplesmente parar, é necessário um aviso prévio de 72 horas para tal situação. Foi ressaltado também que essa paralisação partiu de forma espontânea dos colaboradores em vista da falta de pagamento que ocorreu apenas aos coletores de resíduos. “Caso não ocorra o pagamento, teremos de pedir o bloqueio das notas fiscais da Cleanmax, já que a empresa ainda tem um contrato vigente com a Prefeitura”, disse Andrade.
Em toda essa movimentação na região central do município, estava presente o Vereador Leandro Sartori (PSOL), que opinou com relação a necessidade da retomada do poder público para esse tipo de serviço. “A Prefeitura, independente de qual governo que está ali, deve reassumir a coleta de lixo, encerrar com essa terceirização dos trabalhos. Essas últimas três empresa contratadas apresentaram serviços deficitários. A questão é que quando você terceiriza e tem algum problema, automaticamente passa a responsabilidade para a empresa contratada, mas o setor público precisa estar acompanhando toda a situação”.
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