Entre o período de junho de 2023 a junho de 2024, os acidentes de trânsito em Itapira causaram a morte de 23 pessoas. Os dados incluem tanto a área urbana como trechos de rodovia e foram verificados pelo Tribuna na plataforma do governo estadual, ligada ao Detran, Infosiga SP (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo). Na comparação do primeiro semestre deste ano com o de 2023, o número de óbitos caiu mais de 50%.
Das 23 vítimas fatais registradas a partir da ocorrência de atropelamentos, choques, colisões ou outros, de acordo com os dados da plataforma, 20 mortes foram em rodovias, sendo a maioria, 15 delas, na SP-352, estrada que passa por Itapira e leva em direção à Jacutinga e Amparo e por muitas vezes é chamada de “rodovia da morte”.
O trecho que segue sentido Barão Ataliba Nogueira e Jacutinga é aquele que mais concentra as vítimas fatais – 11 mortes. As outras três foram no sentido Itapira/Amparo. As outras cinco mortes registradas em rodovias no período ocorreram na SP-147 – rodovia que leva a Mogi Mirim e Lindoia, sendo três nessa estrada, e as outras duas na vicinal Itapira/Guaçu.
Já na área urbana, das 23 vítimas fatais três foram dentro da cidade, sendo duas na Avenida Mário Covas, na região do Istor Luppi, e uma na região do bairro Parque São Lucas.
Nesse mesmo período (junho de 2023 até junho de 2024) a cidade vizinha de Mogi Mirim registrou 28 mortes causadas por acidentes de trânsito, em uma proporção parecida com Itapira no tocante aquelas ocorridas em rodovias. Das 28 vítimas fatais, 24 ocorreram em trecho de rodovia.
Já com relação à Mogi Guaçu, a proporção entre mortes em rodovias e área urbana muda um pouco, muito provavelmente devido ao tamanho da cidade. No Guaçu, foram 29 vítimas fatais no período, sendo 17 em rodovia e 12 dentro das vias urbanas.
Apesar de Itapira ter um número total de mortes no trânsito menor que as cidade vizinhas, de acordo com o Infosiga, a “taxa de óbito” do município é superior – 26,32, superando Mogi Mirim – 23,71, e Mogi Guaçu – 11,0. Nesse caso, os dados fazem a relação do número de mortes com os acidentes totais ocorridos, mostrando que a gravidade das ocorrências em Itapira é maior.
Redução
Um dado positivo em relação as mortes no trânsito em Itapira é uma queda de 53% das vítimas fatias quando comparado o primeiro semestre deste ano com o de 2023.
Entre janeiro e junho de 2024, Itapira registrou sete mortes no trânsito, sendo seis em trechos de rodovia e uma nas vias urbanas. Nesse mesmo período em 2023 foram 15 mortes, com oito nas rodovias e outras sete na área urbana.
Das sete vítimas fatais registradas em 2024, cinco são do gênero masculino e uma do feminino. Um óbito não foi definido na plataforma. Em relação a faixa etária, dois estão acima dos 55 anos, enquanto que o restante das vítimas fatais abaixo dos 30 anos de idade. O período da tarde e da noite são aqueles que acumulam o maior número de mortes – duas em cada um.
Bombeiros
Em relação a esses dados, o Tribuna conversou com o 2º Sargento PM Fernando Costa, Comandante da Estação de Bombeiros de Itapira, corporação que também atua no resgate de vítimas em acidentes de trânsito.
Costa informou que no ano passado, desde a inauguração da Estação no dia 11 de julho, a corporação atendeu em Itapira 69 acidentes de trânsito, com um total de 81 vítimas, sendo cinco dessas fatais. Já neste ano, entre janeiro e junho, foram 82 acidente e 92 vítimas, felizmente nenhuma delas fatais, corroborando com os dados apurados pelo Tribuna no Infosiga, de que este ano houve queda na quantidade de vítimas fatais nos acidentes.
“As ocorrências de resgate em acidentes de trânsito acabam sendo de certa forma nosso carro chefe, superando as ocorrências de fogo e resgate de animais”, disse o Sargento.
Sobre a redução das vítimas fatais, Costa afirmou que isso tem relação com os esforços da educação pública. “Na minha concepção, é um conjunto de fatores, sendo a educação pública e a organização do trânsito, como otimização da sinalização. Nosso trabalho com o projeto Bombeiro na Escola também tem um bom reflexo na sociedade, pois começamos a conscientizar diretamente as crianças, que ajudam também a levar o conhecimento aos pais”.
O Sargento também informou da questão dos “relatórios de averiguação” como um importante trabalho para melhorar áreas de alto índices de acidentes, algo que também é realizado pelas forças policiais da cidade e pelos agentes do trânsito.
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