Os carros eletrificados, movidos exclusivamente a baterias, foram um dos assuntos dominantes no noticiário econômico mundial em 2023 e a aposta é que em 2024 a venda destes veículos aumente em relação ao ano anterior.

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Aqui em Itapira a parcela destes carros ainda é quase inexpressiva. Alguns poucos – incluindo os chamados ‘híbridos’ que circulam com eletricidade e combustível – são vistos pelas ruas. O TRIBUNA visitou as agências da Grupo Azul (DIVEM), Fiat (Andretta) e da General Motors (Artvel) e quis saber se a venda destes veículos irá ganhar uma atenção especial a partir de 2024.

Em ambos os casos, as fontes consultadas afirmaram que nada muda por enquanto, ou seja, prioridade total para a venda de carros convencionais. A avaliação comum, em ambos os casos, é de que existe ainda um longo caminho para que o consumidor de uma forma geral – não somente os mais endinheirados – incluam os carros elétricos em sua preferência pessoal. “Talvez seja um movimento que deva estar difundido a partir de 2030”, disse um colaborador da Artvel. Seu colega da Fiat, avalia que neste espaço de tempo, as cidades maiores deverão concentrar serviços como a manutenção das pessoas que decidirem adquirir um.

O colaborador da Artvel acredita que existem diferentes etapas de implementação, mencionando a questão da recarga como aquela mais urgente no momento. “A agência de Mogi Mirim acaba de inaugurar uma central de recarga”, revelou. Outro empecilho, que imagina ainda será objeto de análise das autoridades brasileiras, já ocorre em países onde a adoção dos elétricos está mais adiantada. “Em alguns países da Europa se discute o que fazer com os elétricos usados. Afinal, os equipamentos são de outra procedência e o impacto ambiental tem que ser muito bem pensado”, deduziu.

Grupo Azul

O TRIBUNA ouviu também um colaborador ligado ao setor de vendas do Grupo Azul, de Mogi Mirim, revendedor autorizado de montadoras como a CAOA, Hyundai, Citroen, Honda e Peugeot, com forte atuação em toda a região. De acordo com a análise feita, a venda de carros elétricos vai ganhar maior tração em 2024 e o mercado tem que se preparar para a demanda que vai exigir de acordo com sua avaliação, capacidade de dar resposta às necessidades deste novo público. “A questão da recarga é um exemplo bastante visível em termos de região. Já existe uma movimentação no sentido de aumentar a forte destes postos de eletrificação, inclusive, com interesse demonstrado por condomínios onde residem potenciais interessados em adquirir carros elétricos”, exemplificou.

Oficinas

Se nas concessionárias o assunto ainda é pouco explorado, nas oficinas mecânicas é algo quase que ainda não entrou no radar da maioria delas. “A partir do momento em que a venda destes carros decolar de fato, naturalmente as agências concessionárias deverão cuidar da manutenção. No nosso caso, com toda certeza, este movimento vai demorar muito ainda”, deduz a empresária Simone Toledo Piva, que ao lado da filha Mayara, atua na gestão da Auto Mecânica Piva, a mais tradicional da cidade, com 75 anos de funcionamento.

Para Clodoaldo José Rossi, o Branco, de 61 anos, dono da Treiscinco Reparação Automotiva, com 38 anos no ramo, é um assunto, o qual, não tem como ser ignorado. “Evidentemente que a demanda hoje é muito restrita, mas temos que nos atentar para o fato de que o futuro é esse”, colocou. Branco disse que já recebeu em sua oficina versões híbridas e que deu conta do recado. “Como já ocorreu com outras inovações tecnológicas ao longo dos anos, essa será mais uma com a qual deveremos nos manter atualizados, algo que envolve qualificação de pessoal e investimento em equipamentos. Mas, tudo a seu tempo”, colocou.

Baterias

O eletricista e comerciante de baterias Antônio Aparecido da Costa, o Tomé, também acha que as leis de mercado irão se incumbir de apontar a demanda para o novo setor. Ele explica que no caso específico do setor onde atua, as mudanças serão mais radicais. “Teremos conjunto de baterias com três, quatro e até cinco delas fazendo parte do projeto original. Não é para todo mundo”, enxerga.

Tomé disse que recentemente foi conhecer uma empilhadeira totalmente eletrificada para ver como funciona. Ficou impressionado com o tamanho e o peso da bateria, quase 400 kg segundo ele. “O preço também é salgado (algo em torno de R$ 40 mil) mas a vida útil, segundo o que me foi explicado, pode ser de até 5 anos. Mas como disse, tudo isso é novidade ainda. Fico imaginando o que vem pela frente”, exclamou.

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