O itapirense Melquisedeque Messias Ribeiro, o Melki, de 28 anos, disputa neste domingo, 7, a Maratona Internacional de São Paulo, que estará celebrando sua 28ª edição, consolidada como a prova mais importante do calendário do país dentro daquela que é considerada a mais tradicional do esporte, caracterizada pelo percurso de 42,195 km.

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Para Melki Ribeiro, que fez uma visita à sede do Tribuna antes da viajem para a capital paulista, será uma prova com múltiplos desafios, sendo o principal deles, espantar definitivamente o estigma de um acidente que quase o tira das corridas, quando em novembro do ano passado, durante um treinamento pelas ruas da cidade, um celerado que empinava uma motocicleta nas imediações do conjunto residencial Humberto Carlos Passarela acabou o atropelando.

Os ferimentos decorrentes do acidente foram consideráveis, conforme revelou o próprio corredor durante a conversa com a reportagem na última quarta-feira. Foram cinco semanas longe dos treinamentos, com dedicação intensiva focada em sua recuperação, sob orientação do médico Pedro Orru.

Fato é que o contratempo acabou sendo superado com muita dedicação, uma autêntica corrida contra o tempo, “mais feroz” do que aquelas onde o competidor tem enfrentado os melhores corredores do país desde que foi alçado ao grupo de aproximadamente 150 atletas que integram o chamado “pelotão de elite” dos corredores brasileiros.

Com orientação do fisioterapeuta e orientador nos treinos com aparelhos Diego Batista e de seu treinador, Dário Guimarães, Melki deu início a um inacreditável processo de recuperação, cuja principal evidência de que foi bem sucedido, foi o segundo lugar conquistado na meia maratona de São Paulo, disputada no aniversário da capital, no dia 25 de janeiro.

Preparação

Depois deste resultado fantástico, Melki acelerou os preparativos e participou de outras corridas, mantendo a mesma pegada. Para a Maratona Internacional de São Paulo, segredou que tem feito uma preparação “pra lá de especial”, com fortalecimento muscular, explosão e é claro, dosando as passadas para corridas mais extensas como é o caso da maratona, prova da qual já participou em cinco oportunidades.

Confiante, o atleta disse que vai a São Paulo preparado para subir ao pódio. “Minha preparação focaliza chegar entre aqueles que estarão disputando um lugar no pódio”, reforçou. Questionado se não se intimida com a participação dos corredores de países africanos (acostumados a ganhar as principais provas ao redor do mundo), Melki disse que se trata de um “desafio a mais”.

Mas, segundo sua avaliação, dada a avalanche de corredores africanos em condições de brigar pelo pódio em competições ao redor do mundo, “fica difícil saber quem participa e em qual estágio ele se encontra”. Dito isso, confidenciou que tem procurado saber como chegarão na prova os atletas de elite do próprio país. “A gente procura monitorar o momento de cada um deles. Ajuda na estratégia”, detalhou.

O TRIBUNA perguntou ainda se ele se sente motivado pela premiação da prova, que pode ter valores consideráveis dependendo da colocação e também desempenho do atleta com relação ao tempo de prova. Com a naturalidade de uma pessoa que já enfrentou muitos percalços na vida e de quem tem que dividir o tempo entre treinamentos e o trabalho (Melki é corretor de imóveis), disse que não disputa provas pensando em recompensas material.  “Enxergo o esporte como algo para motivar e incentivar as pessoas, uma ferramenta de inclusão social capaz de mudar para melhor a vida de tanta gente, como tem sido a minha própria história de vida”, completou.

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