O cardiologista Mosasi Mituzaki, 88, aquele que exerce a atividade médica há mais tempo em Itapira, vem se notabilizando nas redes sociais não propriamente devido aos seus superlativos conhecimentos na área médica, mas por exibir atributos de um exímio “chef” de cozinha.
Pessoas que conhecem mais de perto ao famoso cardiologista, sabem que durante suas horas vagas ele se transforma em um autêntico “devorador de informações”, e pode discorrer com igual competência ao falar de amenidades a temas inacessíveis à maioria dos mortais, como por exemplo, a física quântica.
Mas nos últimos cinco anos, conforme ele mesmo segredou para o TRIBUNA DE ITAPIRA, incentivado pela esposa, a também médica Dra. Maria de Mituzaki, vem se especializando cada vez mais na arte culinária. Pululam nas redes sociais aqui da cidade vídeos de curta duração, onde Dr. Mosasi ensina o passo a passo na elaboração dos pratos que seleciona.
Este ritual, segundo ele, se repete uma vez por semana, sempre aos sábados e tem recebido comentários generosos por parte dos internautas. “Sou abordado nas ruas pelas pessoas. As pessoas elogiam o conteúdo”, disse. Segundo Mosasi, o resultado final (a postagem do vídeo) pode ser acessado no Facebook, Instagram e também no Reels – ferramenta que a Meta (dona do Facebook, Instagram e Whats App) introduziu para criar e compartilhar vídeos curtos em formato vertical no Instagram, uma forma de competir com o Tik-Tok.
“No Facebook e no Instagram aparecem em média de 200 a 300 comentários quando publicamos o vídeo. Esse número se multiplica por cinco quando postado no Reels”, assegura.
Diversidade
Mosasi conta que desde que decidiu investir em seu talento culinário, se dedica em conhecer pratos das mais diferentes culturas, pesquisa dicas de restaurantes e chefs famosos. Apesar de sua ascendência nipônica, assegura que não existe uma determinação em privilegiar a culinária japonesa, muito embora, existem diversas postagens com elementos da cozinha do país de origem de seus ancestrais já publicados e merecedores de elogios
Outro detalhe interessante revelado pelo famoso cardiologista diz respeito ao fato dele elaborar o prato escolhido para sua própria degustação, antes de colocar a mão massa e fazer a gravação. Após passar pelo “teste de qualidade”, o prato é elaborado sempre de forma pacienciosa, já que todas as etapas são registradas em vídeo pela própria esposa. O “chef-cardiologista” assegura ainda que nunca repetiu uma receita.
Origens
Embora admita que essa nova ocupação lhe traga satisfação pessoal e funcione ainda como uma forma de combater o estresse do dia a dia, Mosasi revela que já na mocidade – quando frequentava o curso de medicina no Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1950 – era ele quem, na medida da necessidade, cozinhava para ele e outros colegas que frequentavam a república estudantil que frequentava naquele período. “De certa forma, posso dizer que foi minha primeira experiência culinária e acho que agradei, já que ninguém reclamava”, diverte-se.
O empurrão definitivo para que a arte culinária se tornasse antes de mais nada uma necessidade pessoal, veio a partir de um evento pessoal que o abalou muito, quando em junho de 1989, ficou viúvo da saudosa e inesquecível Dra. Wilma Amâncio Camargo Mituzaki. “Tínhamos o hábito de frequentar restaurantes, algo que deixei de fazer após seu falecimento. Acabei, naturalmente, tendo uma maior inclinação para cozinhar” contextualizou.
Para encerrar a reportagem lhe fez um questionamento até quando espera manter o pique atual, como médico e como uma pessoa em constante mutação. “Continuarei trabalhando até o momento em que perceber algum tipo de incapacitação que me impeça de exercer minhas atividades. A ociosidade é algo extremamente danoso”, completou.
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