A prefeitura anunciou no final da tarde de ontem o nome da empresa que foi contratada emergencialmente para operar o sistema de transporte coletivo urbano de passageiros do município. Trata-se da Translocave, subsidiária do grupo Transmimo, empresa com sede em Valinhos e que possui enorme portfólio de serviços no setor de transporte de carga e de passageiros.

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O vice-prefeito Mário da Fonseca disse que a empresa começaria suas operações na cidade logo a partir das 5h00 desta terça-feira (13). Fonseca foi um dos principais atores no processo de resolução da crise gerada pela decisão da Mirage Transportes em abrir mão de seu contrato com a prefeitura para exploração do referido serviço.

Ele contou que a partir de quarta-feira, 7, desde que a prefeitura foi oficiada pela Mirage de sua decisão em abrir mão do contrato foram intermináveis horas de negociação com diversas empresas da região, para se chegar, segundo ele, ao melhor acordo possível para impedir que a cidade se visse às voltas com uma paralisação de seu sistema de transporte de passageiros.

Em linhas gerais, explicou que com base naquilo que foi acertado com a nova empresa, seriam deslocados já a partir do final da tarde de ontem, de 8 a 10 ônibus. Até o fechamento desta edição, três deles já estavam acomodados em um terreno localizado na rua José Ivalt Fernandes, ao lado do Poupatempo.

Pelas condições “amarradas” pelo jurídico da prefeitura, cada carro colocado em operação teria custo mensal de R$ 45 mil. Segundo apurou o TRIBUNA, uma das companhias contatadas chegou a pedir R$ 65 mil por ônibus.

Celeridade

A Câmara Municipal recebeu ainda na sessão realizada ontem à noite projeto de Lei de autoria do prefeito Toninho Bellini, para oferecer de forma célere, o respaldo legal aos termos firmados entre a nova empresa e a prefeitura. O projeto lido em plenário e encaminhado para as Comissões Permanentes da casa, propõe que o município poderá subsidiar o transporte coletivo em até R$ 360 mil por mês.

Com a Mirage, esse valor começou com R$ 80 mil cerca de um ano atrás e saltou para R$ 100 mil no segundo semestre do ano passado, sob o argumento de que a manutenção da tarifa a R$ 2,50 (medida adotada pela atual administração a partir de 2021) exigia este aporte para cobrir os custos das operações.

Mário Fonseca explicou que na medida em que a situação for se normalizando, prefeitura e Translocave darão prosseguimento às negociações dos termos financeiros do novo contrato, equacionando questões como a renda obtida com passagens, transporte de idosos e vale transporte oferecido por empresas aqui da cidade a seus trabalhadores, com o propósito de que a prefeitura desembolse o menor valor possível no subsídio à tarifa.

Esse “acerto” vale tanto para o pagamento mensal para cada ônibus como também para o subsídio, que muito provavelmente será aprovado pela Câmara. Aliás, esse foi um dos assuntos que mais mereceu atenção na análise do projeto enviado pela prefeitura, que depois de lido, foi encaminhado às comissões de análise.

Nota

No final da tarde de ontem, a prefeitura postou uma nota em sua página oficial, posicionando os munícipes a respeito das tratativas, reafirmando que o contrato emergencial entrará em vigor por seis meses e que após esse prazo será feita uma licitação. Segundo a mesma nota, o prefeito Toninho Bellini requisitou à empresa contratada que além da manutenção da tarifa a R$ 2,50 de segunda a domingo, e gratuidade aos feriados, que “Nesses primeiros trinta dias faça uma avaliação das linhas e das demandas de passageiros para o planejamento de expansão”. O atual prefeito assegurou que os horários e itinerários que vinham sendo observados serão mantidos.

Outra preocupação feita reservadamente por um empresário do setor, familiarizado com esse tipo de prestação de serviços diz respeito à dificuldade de uma empresa que nunca pisou na cidade, em 24 horas colocar em funcionamento um sistema que vinha sendo executado a anos. “É mais ou menos como trocar o pneu com o carro em movimento. É preciso muita competência”, disse esse observador, que forneceu informações bastante elogiosas a respeito da atuação da empresa que chega para solucionar o problema. O TRIBUNA apurou que a Mirage facilitou junto à Translocave o processo de consulta para colaboradores seus que se dispusessem em continuar trabalhando no transporte urbano de passageiros, fizessem acerto com a nova empresa.

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