A itapirense Vanessa Castelion, de 43 anos, desenvolve há quase uma década, um trabalho missionário em Moçambique, país localizado na África oriental, banhado pelo Oceano Índico e que tem ainda como outra curiosidade o fato de seus habitantes terem o Português como idioma oficial.

some text


Ela está à frente do projeto Kuzuala, que no dialeto massara (um dos muitos falados naquela parte do continente africano) significa “semeando na África”. O projeto, segundo ela, tem a missão de atenuar as condições de pobreza da população, desenvolvendo ações que vão do fornecimento de alimentação, passando por ações na área da saúde, creches, escolas e até na construção de moradias. Além disso tudo, é claro, o ensinamento religioso é outra grande preocupação. Vanessa pertence à Igreja Assembleia de Deus Ministério Emanain (que quer dizer Deus conosco).

A maior parte das ações visa minorar as condições adversas das crianças, muitas delas vítimas de abuso, órfãs, mutiladas e com deficiência física. Quando “conversou” com a reportagem do TRIBUNA, na quarta-feira (26), com uso do aplicativo WhatsApp, Vanessa estava na localidade de Safala, no noroeste de Moçambique, já perto da fronteira com o Zimbábue, região que acumula diversos problemas sociais, incluindo o sequestro de crianças por grupos guerrilheiros.

Ela informou que estava à frente de um projeto – executado com ajuda de governantes locais – para construção de um orfanato. O TRIBUNA quis saber dela como é essa relação com as autoridades governamentais do país, haja vista o histórico de instabilidade política que acomete Moçambique desde que foi consolidado em 1975 o processo de independência em relação a Portugal.

“Procuramos não nos envolver em questões políticas e nossa maior credencial é justamente o enorme contingente de pessoas que se beneficiam trabalho que realizamos, algo que costuma atrair a atenção e a simpatia das autoridades, muitas das quais, veem com bons olhos este tipo de assistência, oferecendo em algumas situações ajuda material”, registrou.

Início

Segundo Vanessa, tudo começou em 2014 quando, chegando em Moçambique, em aldeias distantes da cidade ficou impactada ao ver que famílias inteiras eram totalmente excluídas da modernidade que conhecemos. As pessoas eram integrantes de tribos sem água potável, energia elétrica e alimentos básicos disponíveis que fazem parte de nosso dia a dia. Crianças e adolescentes, segundo a missionária, nunca tinham ouvido falar de escolas, não tinham roupas, sapatos e jamais tinham visto um brinquedo.

A missionária contou ao Tribuna que, primeiramente, ela andou por todo o país para ter uma noção da cultura e observar o que de fato era mais importante naquele momento e percebeu que, além da vida espiritual das pessoas serem totalmente voltada a feitiçaria, teve um choque de realidade ao contemplar a situação miserável em que elas viviam. Foi então que decidiu, com a ajuda de igrejas brasileiras, amigos e irmãos em Cristo criar um projeto para atender de alguma forma essas pessoas.

Itapira

Vanessa disse que esteve recentemente em Itapira, sua cidade natal. Revela que durante a pandemia ficou por um período mais prolongado, quando aproveitou sua estada para visitar programas mantidos por sua organização em território argentino.

O TRIBUNA quis saber também de onde vem os recursos financeiros para que mantenha suas obras. Vanessa contou que possui uma rede de colaboradores em diversas localidades ao redor do mundo, incluindo o Brasil. A missionária se aproveita também das redes sociais. A internet, apesar das condições de pobreza do país onde se fixou há cerca de 09 anos, é acessível, segundo ela, em muitas localidades.

Ela mantém ativas contas no, Facebook, Instagram e também no Tik Tok: https://www.tiktok.com/@projetokuzuala?_t=8eJX4DHgPrh&_r=1; https://instagram.com/projetokuzuala?igshid=MzNlNGNkZWQ4Mg==; e https://www.tiktok.com/@projetokuzuala?_t=8eJX4DHgPrh&_r=1. Por intermédio das redes sociais, afirmou que consegue receber doações imprescindíveis na manutenção dos diversos programas mantidos pelo projeto Kuzuala.

Deixe seu comentário

Seu e-mail não será publicado.