Um dos programas mais vistosos a cargo da divisão de Controle de Zoonoses da secretaria de Saúde de Itapira, completa neste domingo, 10 de março, 10 anos. Trata-se do trabalho de controle da população de escorpiões no Cemitério da Saudade, predominantemente.

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O primeiro evento consistiu em um treinamento a cargo da equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da vizinha cidade de Espírito Santo do Pinhal, do qual participaram cerca de 10 colaboradores do setor de Zoonoses de Itapira, incluindo seu coordenador, o médico veterinário Rodrigo Silva Bertini.

“No ano de 2014 tivemos apenas uma noite de coleta, porquê ainda não tínhamos os apetrechos necessários. Essa noite de coleta foi feita em conjunto com o pessoal do CCZ de Pinhal, que trouxeram o material necessário e coletamos 554 escorpiões naquela noite”, recorda Bertini.

Desde então, a partir do momento em que o programa ganhou tração, segundo as estatísticas, mais de 110 mil animais foram erradicados.

Ainda de acordo com o coordenador, da equipe original que recebeu treinamento naquele, restam ainda ele e mais os colaboradores Januário, Anderson, Paula e Rosmar. Importante destacar ainda que a partir daquele treinamento inicial, Itapira se tornou referência neste tipo de atividade, fato reconhecido pela médica veterinária Tatiana Oliveira e Silva, do CCZ de Pinhal, que coordenou o treinamento dado em Itapira. “O trabalho realizado em Itapira tem sido fantástico”, atestou.

Butantan

A reportagem do TRIBUNA DE ITAPIRA ouviu ainda outra peça chave neste processo de capacitação da divisão de Zoonoses de Itapira, a bióloga Dra. Denise Candido, pesquisadora do Biotério de Artrópodes do Instituto Butantan, a qual, segundo a assessoria de imprensa do Instituto, palestrou para os participantes daquele curso no distante 10 de março de 2014.

A partir dessa capacitação, o município de Itapira se conscientizou da necessidade de fazer um controle dos escorpiões na cidade para diminuir a quantidade desses animais e evitar acidentes. Começou-se, então, a coleta nos cemitérios da cidade e envio ao Instituto Butantan, onde é realizado o extrato do veneno e produção do soro”, informou.

De acordo com aquilo que foi divulgado pelo Instituto Butantan, essa parceria com Itapira tem sido amplificada ao longo dos anos. “Em 2016, uma equipe do Biotério de Artrópodes do Instituto Butantan, foi até a cidade de Itapira para realizar um treinamento com os profissionais do município, visando não só aprimorar a capacitação quanto à coleta, mas também quanto à manutenção dos escorpiões no Centro de Controle de Zoonoses local até serem enviados ao Instituto Butantan. A partir do momento em que o projeto passou a mostrar efeitos positivos no município, várias cidades da região de Itapira demonstraram interesse e solicitaram ao CCZ de Itapira treinamentos para coleta e envio dos animais ao Instituto Butantan”, relembra.

O TRIBUNA questionou o Butantan ainda a respeito da importância do programa. Segundo as autoridades, trata-se de um trabalho “De extrema importância” pois os animais coletados, além de serem retirados de circulação para diminuição da incidência de acidentes, são utilizados na extração do veneno que é usado na produção do soro antiescorpiônico ou antiaracnídico. “Este soro é o único remédio produzido capaz de cortar o efeito do veneno injetado com a picada do animal, podendo ajudar no tratamento da dor e, até mesmo, evitar o óbito”, afirma a área técnica do Instituto.

Este trabalho tem sido realizado com maior intensidade em alguns poucos municípios paulistas, além de Itapira: Osasco, São Bernardo do Campo, Jundiaí, Americana, Mogi Mirim, Aguaí, Espirito Santo do Pinhal, Araraquara, São João da Boa Vista, Caçapava, São José do Rio Preto, Andradina, Botucatu, Mococa e Bauru.

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