Muitos estabelecimentos comerciais têm manifestado dificuldades em relação a falta de troco. Segundo depoimentos colhidos em alguns estabelecimentos, a popularização do PIX como forma de pagamento e, principalmente o uso de cartão de crédito/débito, têm contribuído com essa situação.

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“Recebemos solicitação de muitas lojas para trocar dinheiro. Sinto que existe um problema com relação a valores menores”, informou Vania Cachiba Trinca, proprietária da tradicional banca de jornais que funciona ao lado do terminal rodoviário no centro da cidade. Ela diz que aceita pagamento com Pix, mas revela que toma determinados cuidados para não cair em golpes.

Na Lotérica Leão Lotérico, também no centro da cidade, a operadora de caixa que se identificou como Princia, reforça a percepção de falta de troco. “As pessoas nos procuram para trocar dinheiro, mas nem sempre isso é possível. É comum nós mesmos termos dificuldades em fazer o troco dos clientes”, contextualizou.

Na loja Joko’s, especializada em confecções para o público jovem, o uso do PIX tem crescido segundo a gerente Alessandra Theodoro. “É uma modalidade de pagamento que atraiu muito aos mais jovens”, ponderou. Mas, segundo sua percepção, o PIX ainda está longe de concorrer com o uso dos cartões. “A maior parte das vendas é quitada com uso de cartões”, garantiu.

O comerciante Valdir, da loja Center Supri, disse que tem conseguido se virar com troco quando necessário, mas também avalia que o problema existe e tem provocado reclamações. “A maior evidência de que notas de menor valor e moedas têm sumido, é o fato de que tem aparecido com constância muitas notas novas de R$ 5 e R$ 2 reais. O Banco Central está agindo”, acredita.

Na loja A Japonesa, a proprietária Rebeca Law foi uma das que se queixou da falta de moedas, principalmente. “É uma tendência. O chamado ‘dinheiro eletrônico’ tem se sobressaído cada vez mais e o PIX caiu no agrado do consumidor final. Por isso o dinheiro tem circulado menos”, deduziu.

Selma Adriana Viola, colaboradora da padaria São Jorge, também percebe uma tendência maior das pessoas optarem em carregar menos dinheiro. “O uso do cartão tem se tornado muito frequente”, reconhece. Ainda segundo ela, o PIX vem ganhando a adesão de muitos clientes e o estabelecimento coloca esta opção para a clientela. “Muitas pessoas tem feito uso”, assegurou.

Ressalvas

A reportagem do TRIBUNA DE ITAPIRA encontrou pelo menos uma loja que por motivos variados deixou de aceitar o PIX. Trata-se de uma tradicional loja de roupas voltada também para o público mais jovem, localizada na parte baixa da rua José Bonifácio.

Segundo a colaboradora que conversou com o TRIBUNA, sob condição de anonimato, a decisão da rede guarda relação com problemas operacionais. “A loja exigia o envio do comprovante do pagamento para que a transação fosse confirmada, algo que nem sempre ocorria, na maioria dos casos, por esquecimento do consumidor. Isso acabava gerando um transtorno na contabilidade da loja e a direção decidiu interromper essa forma de pagamento”, esclareceu.

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