O mês de dezembro, via de regra, representa mais trabalho para um seleto grupo de agricultores aqui da cidade que investem no cultivo de uvas. Conforme apurou o jornal TRIBUNA DE ITAPIRA, são pelo menos quatro produtores que se destacam, em locais como Tanquinho, Ponte Preta e Barão Ataliba Nogueira.
O período guarda relação com a procura por uvas de mesa como as variedades Niágara e Isabel, produtos que costumam frequentar a mesa dos itapirenses durante a ceia de final de ano. A venda é feita, geralmente, diretamente ao consumidor ou a supermercados que já conhecem e confiam na qualidade do produto oferecido, não raramente se estendendo até o mês de janeiro.
O atual engenheiro – chefe da Casa da Agricultura de Itapira, Carlos Eduardo Canivezzi Antunes, é um dos que investem em uva. No caso dele, a prioridade será colher até o mês de junho do ano que vem dois hectares e meio da uva Syrah, indicada para a produção de vinhos selecionados. Antunes, reservou ainda um espaço para a Niágara, Isabel e Campos da Paz, uvas de mesa.
Ele persegue a tradição iniciada no começo do século 20 pelo avô, Riccieri Canivezzi, pioneiro do plantio de uvas e produção de vinho aqui na cidade. No Tanquinho, além dele, existe um outro agricultor que tradicionalmente planta uvas de mesa, apostando nas características – favoráveis segundo Carlos Eduardo – daquele bairro para a viticultura.
O TRIBUNA DE ITAPIRA visitou também o Sítio Recanto Água Fria, em Barão Ataliba Nogueira, propriedade do agricultor Sebastião Braz Ornaghi, de 72 anos. Braz, como é conhecido plantou 800 pés de uvas no local, das espécies Isabel e Niágara. Segredou que iniciou sua produção em 2012 e recebeu uma espécie de consultoria de luxo, de ninguém menos do que o saudoso Ricieri Canivezzi. “Isso aqui tudo era pastagem quando adquiri o sítio (de 05 alqueires). Com muito trabalho e acreditando no projeto, conseguimos estabelecer condições necessárias para poder produzir uva”, detalhou.
Desafios
Quem observa os cachos de uvas vistosos dependurados nos parreirais, não imagina, segundo Braz, das dificuldades enfrentadas. Ele se queixa das formigas e até do ataque de morcegos frugíveros, que o obriga a investir em telas para recobrir a maior parte dos parreirais. Outra queixa diz respeito ao preço das embalagens, em torno de 4 reais (caixinhas de papelão) cada uma.
Apesar disso tudo, sua uva tem ganhado fama na cidade e quando chega dezembro, ele recebe pedidos de muitas pessoas do próprio bairro. A propaganda “boca a boca”, acaba atraindo pessoas de outras localidades. Braz disse que não vende para supermercados, por causa da enorme burocracia que esses estabelecimentos encontram para expor determinadas mercadorias. “Prefiro continuar vendendo para as pessoas com as quais eu já tenho uma afinidade maior”, completou.
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