Causou grande repercussão no meio médico recentemente a notícia de que o Hospital Vera Cruz (Campinas) realizou uma cirurgia cardíaca robótica (Campinas foi a quinta cidade em todo o Brasil a registrar esse tipo de intervenção) para corrigir uma grave anomalia em uma paciente de 44 anos.
Na equipe que realizou o procedimento, com cerca de 12 especialistas, um era aqui de Itapira. Trata-se do médico anestesista Dr. Gabriel Redondano de Oliveira, de 43 anos, filho do casal Cristina Redondano e José Alair de Oliveira – e sobrinho do renomado cardiologista Dr. João Carlos de Oliveira.
Após a repercussão do caso, Gabriel conversou com o TRIBUNA DE ITAPIRA para comentar o assunto, conversa na qual, revelou detalhes de sua meteórica ascensão ao corpo clínico de um hospital que é referência de atendimento médico em todo o Brasil.
Atualmente, além das atribuições inerentes à sua especialidade, ele é o atual coordenador do departamento de anestesia e acumula ainda a função de diretor técnico- médico, que guarda relação com demandas do setor administrativo do referido hospital, onde ingressou ainda em 2009, bastante jovem.
No Vera Cruz, Dr. Gabriel tem tido oportunidade de acompanhar de perto os motivos pelos quais o hospital ser considerado um dos mais bem equipados do Brasil. “Está no DNA do Vera Cruz essa preocupação em investir em novas tecnologias e em tudo aquilo que há de mais moderno em termos de equipamentos e procedimentos na área médica”, pontuou.
Gabriel destaca que o equipamento que se tornou mais popular recentemente através da cirurgia cardíaca que ganhou as manchetes do noticiário regional (o“Da Vinci x-i”) foi adquirido em 2018 e desde então foi utilizado em mais de 3000 intervenções, notadamente, em áreas como urologia, ginecologia, cirurgia geral e toráxica.
Revelou que apesar da notoriedade que o assunto despertou, uma outra cirurgia recente, da qual também participou, promoveu a utilização de um novo equipamento voltado para cirurgias de colocação de próteses em joelhos (veja nesta página).
Esse tipo de inovação, conforme argumentou, respinga inevitavelmente em sua especialidade médica, obrigando ele e os colegas a fazerem curso de capacitação para cumprir exigências mais complexas. “No caso da cirurgia cardíaca esse preparo demandou quase um ano com participação de colegas especialistas em diversas áreas”, mencionou.
A reportagem quis saber quais seriam as outras opções que a paciente possuía para prolongar a vida. Gabriel esclareceu que seriam duas cirurgias altamente invasivas, com os riscos inerentes a procedimentos como abrir o peito do paciente, “serrar costelas” além de todo estresse que uma intervenção desse porte causa na equipe médica.
Ele conta que com a nova técnica o braço robótico realiza as intervenções necessárias sob o comando de uma central de monitoramento, sendo preciso em sua intervenção, mostrando imagens tridimensionais que facilitam o entendimento de quem conduz a cirurgia, realizando suturas em 360 graus.
Esse tipo de preocupação em atualizar permanentemente os equipamentos utilizados no Vera Cruz, conforme detalhou, lança luz na preocupação de sua direção em investir em equipamentos menos invasivos, e que tragam benefícios inestimáveis como uma recuperação mais rápida, mais indolor, com menor tempo de internação e é claro, melhorando a qualidade de vida desses pacientes.
Prótese nos joelhos, a nova fronteira
Durante a conversa com o TRIBUNA DE ITAPIRA, Dr. Gabriel Oliveira fez menção a uma outra cirurgia realizada recentemente e que segundo ele também foi um marco para Hospital. Trata-se da utilização de um equipamento robótico utilizado para cirurgias no nos joelhos, mais especificamente na colocação de próteses para pacientes com histórico de artrose severas.
A utilização do novo equipamento, chamado de Skywalker, torna o Vera Cruz o primeiro hospital na América Latina a fazer uso dele. O estágio de preparação para seu uso envolveu até o envio de especialistas a Boston, nos EUA, para um curso de capacitação.
Em linhas gerais, Dr. Gabriel explica que a utilização do equipamento também obedece ao mesmo conceito de maior eficiência da intervenção planejada, menos invasiva e que vai permitir resultados mais benéficos aos pacientes.
Também nesse caso, foi preciso aprender técnicas correlatas do uso da anestesia, que diferem de procedimentos corriqueiros. Explica que o resultado final é impressionante. “Uma cirurgia que entrega um resultado mais personalizado, que vai influenciar diretamente na qualidade de vida do paciente com um resultado muito próximo ao movimento natural”, projetou.
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